segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

02. The Beatles - Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band

A banda:

John Lennon - vocais/guitarra/piano
(James) Paul McCartney - vocais/baixo
George Harrison - vocais/guitarra
Ringo Starr - vocais/bateria


Lançamento: 01/06/1967


Playlist:

01. Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band
02. With a Little Help From My Friends
03. Lucy In The Sky With Diamonds
04. Getting Better
05. Fixing a Hole
06. She's Leaving Home
07. Being for the Benefit of Mr. Kite!
08. Within You Without You
09. When I'm Sixty-Four
10. Lovely Rita
11. Good Morning Good Morning
12. Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (reprise)
13. A Day In The Life


Primeira análise. Para começar muito bem, um clássico de uma banda que todo mundo conhece, apesar de que - por mais incrível que isso possa parecer - nem todos gostam.

Esse quarentão foi um dos últimos discos do quarteto de besouros - outros cinco se sucederam, entre três de estúdio e duas trilhas sonoras até o fim da banda em 1970. Considerado pela maioria da crítica o ápice da carreira do grupo, ele é uma conseqüência de um processo que vinha tomando forma desde o disco "Rubber Soul", de 1965. A influência da música e da filosofia indianos, além das viagens - essas etéreas e não físicas - causadas pelo uso do LSD, estão muito presentes nesse álbum, sendo palco da divertida história à cerca do título da terceira faixa, "Lucy in the Sky with Diamonds". Na verdade essa é uma das coincidências não explicáveis na história do rock; o que consta é que Lennon - que sempre negou essa ligação entre os nomes da música e da droga - vira um desenho feito por uma menina - que eu não lembro quem era - de uma garotinha num céu com estrelas que mais pareciam diamantes. O nome da garotinha segundo a atora da arte? Lucy!

Outro aspecto chamativo desse disco é a sua capa. A banda queria um funeral na capa, pois esse disco não seria dos Beatles, mas de uma nova banda que enterrou o quarteto: a Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band. Se você olhar a capa direito verá que os Beatles estão enterrados e quem está na capa é uma banda com vestimentas típicas de bandas militares - do tal sargento Pimenta. Mas aí veio a pergunta: "Quem irá ao funeral?". Cada um - com exceção de Starr - fez uma lista de quem queria lá e as fotos foram montadas nessa capa sensacional. Algumas das personalidades: os Beatles originais - com isso digo os do inicinho dos anos 1960 - Bob Dylan, Marilyn Monroe, Sigmund Freud, Edgar Allan Poe, Marlon Brando e ainda alguns gurus indianos por exigência de Harrison.

Para quem não conhece de fato os Beatles, ouvir o disco pode ser uma experiência estranha. Justamente devido à influência indiana, o disco contém algumas composições não usuais aos nossos ouvidos acostumados ao popzinho jabazento das rádios. A principal delas é a faixa oito, "Within You, Without You", composta por Harrison e utilizando instrumentos do país do Gandhi. Mas o disco também guarda músicas muito conhecidas, como a irônica "When I'm Sixty-Four", onde McCartney imagina sua pacata e utópica vida de homem casado aos 64 anos. Em 2006, quando chegou à idade se viu viúvo, em processo de divórcio e ainda compondo muito, estando plenamente ativo, apesar de menos próximo da mídia que em 1967.

Além da inovação - que já nem era tão inovadora assim na época - da utilização de instrumentos indianos, o disco traz a inclusão, em algumas das faixas, de uma orquestra. Um bom exemplo disso é a primeira faixa, com um riff de guitarra bem roqueiro que segue um curso normal até o surgimento dos metais, bem distoantes das guitarras, mas de forma alguma incômodos. Essa música também faz a apresentação da nova banda e funciona como uma introdução interessante dentro do contexto do álbum. Ela será reprisada em uma interessante versão mais "eletrônica" na faixa 12. Ringo entra em seguida com mais uma das músicas compostas para se encaixar com perfeição em seu peculiar tom de voz, "With a Little Help from My Friends". À propósito, o disco foi construído para ser ouvido direto, sem paradas, as músicas ligam umas nas outras, então não tentem ouvi-lo no "random", acaba com a sua lógica.

A psicodelia também tem lugar garantido em composições como a já citada "Lucy in the Sky with Diamonds", "Good Morning Good Morning" e "Fixing a Hole". Além disso a maravilhosa melodia e letra de "She's Leaving Home" faz com que você fique um tempo pensando na personangem da música. Os refrões grudentos das agradáveis "Getting Better" e "Lovely Rita" ajudam a manter o ritmo do ouvinte, pois são as músicas mais pop do disco, o que não as torna pior que as outras, apenas mais digeríveis.

"A Day in the Life", é o fechamento do álbum, quando uma cacofonia de instrumentos clássicos transforma uma música bonitinha em uma de ritmo mais marcado e acelerado e de volta à ela para terminar o disco em uma absurda, mas precisa confusão de sons acendentes culminando em um forte acorde no piano. O Gran-finale para um disco essencial que te deixa meio aturdido durante mais ou menos 30 minutos. Palmas para os nem-tão-rapazes de Liverpool.

5 comentários:

Margot Whitman disse...

E aí, Igor?
Ow, vc escreve muito bem! super gostoso ler seu post...
esse CD é muito bom mesmo e extremamente estranho hehehehehe acho que vc traduziu um pouco do que eu sinto qd escuto...

PAULA disse...

BEATLEEEEES
muitas palmas pra eles! pq eles foram fodas demais em fazer todas essas coisas loucas que eles fizeram!!!
e She's leaving homeé liiiiiiiinda *-*
o album todo é mto bom!
como se eu nao gostasse de alguma coisa dos Beatles =D

adorei a ideia do Blog, Igor!! ficou bótimo!

beijo! o/

Unknown disse...

Poxa, a idéia de fazer um blog sobre discos é brilhante, principalmente porque temos amigos em comum com diferentes perspecitivas sobre a música,mas sempre acrescentando opiniões interessantes.
Concordo com a Isa, a maneira que você escreve é muito gostosa e torna a leitura extremamente agradável.
Sobre o Sgt. Pepper's, bom, não tem como não reconhecer as criações brilhantes dos Beatles. Esse álbum é mesmo feito pra preciadores da banda, pois não é todo mundo que consegue se envolver na mistura de sons presente nele.
Eu particularmente gosto mais da veia rock da banda,mas simpatizo demais com a faixa "When I'm Sixty-Four".
A arte está presente nesse disco desde a capa até a última nota tocada em "A day inthe life". É realmente algo para se ouvir e deixar que ele te domine, sem necessariamente utilizar LSD para isso.
Beijocas para todos.

Disforme disse...

igorinho!!!!
como sempre me mostrando coisas boas..as meninas ja falaram mas eu falo de novo, vc escreve bem eihm mocinho..adoro quando as criticas colocam sabores, texturas e aparencias nas músicas, diz um pouco de quem esta escrevendo...!!heheh..pra variar naum conheço tudo que vc falou mas ja to louca pra conhecer.... como me ocorre sempre descobri que a letra de uma musica q eu gosto muito fala de uma musica dos beatles!!(coisa "nada" comum no mundo pós-beatles neh??)acho super valido essa nova ideia de escrever sobre musica..acho essencial fazer algo além da psi!!ainda mas quando se faz pq gosta e pq sabe!!
espero as outras ansiosamente!!!

Anônimo disse...

neste disco, mudou quase por completo, o estilo das letras e músicas, e foi introduzido nas cançoes, instrumentos, nunca usados. é um dos meus preferidos. dos beatles. gosto de todas a musicas. más os ultimos, let it be e abbey road, não tem como não ouvi-los