A banda:
Damian Kulash - vocais/guitarra
Andrew Duncan - guitarra (abandonou a banda após o fim das gravações do disco)
Tim Nordwind - baixo
Dan Konopka: bateria
Andy Ross - guitarra (entrou no lugar de Andrew Duncan)
Lançamento: 30/08/2005
02. Do What You Want
03. Here It Goes Again
04. A Good Idea At The Time
05. Oh Latelly It's So Quiet
06. It's A Disaster
07. A Million Ways
08. No Sign Of Life
09. Let It Rain
10. Crash The Party
11. Television, Television
12. Maybe, This Time
13. The House Wins
O roquenrol foi renovado mais uma vez com a virada da década de 2000. Ficou mais cru, direto, e menos liso, menos uniforme. Agora a cozinha trabalha com faixas mais quebradas, mais espaços em silêncio nas músicas. Isso começou um pouco antes da virada – como qualquer transformação – com as bandas independentes que já faziam o que viraria moda. Dessas bandas de roque moderno, a primeira a explodir, em uma hecatombe equivalente a mais ou menos 214 bombas de hidrogênio, foram os novaiorquinos do The Strokes. Toda a mídia especializada fervia em cima deles no ano de 2001, quando o excelente disco “Is This It?” foi lançado. A sujeira, ebriedade, simplicidade, aliados a boas influências e ainda melhor produção fez deles mais uma das dezenas bandas que “salvaram o roquenrol”. Com isso as pequenas bandas que faziam um som parecido começaram a ganhar espaço e atenção da grande mídia. A penúltima (2003) novidade segundo os olhos dessa mídia foi o Artic Monkeys, que eu, particularmente não acho nada de demais, apenas uma tentativa de jogar os Strokes e Nirvana no liquidificador e ver o que sai. A última (2005) grande banda ajudada pela crítica e grande mídia foram os escoceses do The Fratellis, banda de fato muito boa e que vale a pena ser ouvida, mas não é de nenhum deles que vou falar.
Um dos patinhos feios dessa historia toda é a Ok Go. Juntaram-se em 1998 em Chicago e conseguiram lançar seu primeiro – e bem mediano – álbum em 2002, homônimo da banda. Talvez seja por isso que nada grande foi alardeado em torno deles, apesar de terem seus fãs nas redondezas. Em 2005 o disco da foto ali em cima foi lançado. Nessa época, porem outra coisa surgia, que mudaria os rumos da banda e também de toda a mídia de entretenimento: o YouTube. Com uma câmera em cima de algum móvel qualquer e seis esteiras de ginástica, os integrantes da banda fizeram um dos clipes mais geniais da historia: “Here It Goes Again”. E então, com um empurrãozinho da grande rede, eles ficaram conhecidos em quase todos os cantos do planeta.
Oh No, entretanto não vive apenas de idéias absurdas para clipes. Com pegada roqueira, mas admitindo uma nuance pop e uma quase ingenuidade cativante, o disco é um dos ótimos discos que o roque moderno nos trouxe. Obviamente a excentricidade das idéias dos integrantes ajuda na popularização da banda, assim como sua presença de palco bastante enérgica, mas isso não tira os créditos de músicas excelentes, como a já citada “Here It Goes Again” e a primeira do disco, “Invincible”, que é um bom tapa na cara do ouvinte para acordá-lo para o que vem adiante.
Com canções quase pops, como “A Good Idea At The Time”, o disco soa muito agradável desde a primeira execução. O peso está sempre presente, a não ser, é claro, nas baladas “Oh Lately It’s So Quiet”, “Let It Rain” e “Maybe, This Time”. As baladas, inclusive, sempre apresentam algum elemento mais original, que não é um clichê no estilo. O fato de o vocalista ter uma boa voz também é notável, mesmo que não seja um tom que se destaque, como o que acontece com Alex Kapranos do Franz Ferdinand, se encaixa com perfeição nas composições; palmas para o produtor – vou ficar devendo o nome. Os backing vocals também estão sempre lá para apoiar e cumprem muito bem seu trabalho.
Os destaques do disco em si são a energia tirada de tão pouca teoria musical, uma aula para bandas de virtuosi como o todo-poderoso Dream Theater – eu sei que são estilos muito diferentes, mas nem mesmo no metal é necessário ser tão metódico e robótico, tanto que eles são um “metal melódico/progressivo/power/épico/etc. Como já disse, a faixa número um é uma porrada e com certeza um destaque no disco por sua energia. “No Sign Of Life” é, na minha opinião a melhor faixa do disco, com uma guitarra simples, mas colante, assim como a sua curtíssima letra – duas estrofes, pré-refrao e refrão três vezes. O poder do riff de guitarra é tremendo, com suas notas agudas e insistentes; o solo é apenas uma extensão do riff, e só aparece para finalizar a excelente música . Outro destaque vai para os 2:25 minutos de “Crash The Party”, com sua letra que incentiva a simplicidade, renegando os cortejos e as ridículas conversas que precedem o romance ideal que no obrigamos a procurar. Tudo isso num clima de festa que melhora o humor de qualquer um, parece até um musical adolescente.
Apesar de ter citado apenas essas faixas, todo o disco é bom, não tem musicas médias ou ruins e tem outras mais roquenrol boas – “Television, Television” – e baladas também – “Oh Lately It’s So Quiet”. Não ando muito antenado, mas o Ok Go provavelmente é figurinha carimbada nas festas indies, mas fazem bem ao cardápio de qualquer um que goste de roquenrol puro, sincero, direto e empolgante; quase todo mundo. Não deixe também de assistir aos outros clipes insanos deles, “A Million Ways” e "Do What You Want".
Damian Kulash - vocais/guitarra
Andrew Duncan - guitarra (abandonou a banda após o fim das gravações do disco)
Tim Nordwind - baixo
Dan Konopka: bateria
Andy Ross - guitarra (entrou no lugar de Andrew Duncan)
Lançamento: 30/08/2005
Playlist:
01. Invincible02. Do What You Want
03. Here It Goes Again
04. A Good Idea At The Time
05. Oh Latelly It's So Quiet
06. It's A Disaster
07. A Million Ways
08. No Sign Of Life
09. Let It Rain
10. Crash The Party
11. Television, Television
12. Maybe, This Time
13. The House Wins
O roquenrol foi renovado mais uma vez com a virada da década de 2000. Ficou mais cru, direto, e menos liso, menos uniforme. Agora a cozinha trabalha com faixas mais quebradas, mais espaços em silêncio nas músicas. Isso começou um pouco antes da virada – como qualquer transformação – com as bandas independentes que já faziam o que viraria moda. Dessas bandas de roque moderno, a primeira a explodir, em uma hecatombe equivalente a mais ou menos 214 bombas de hidrogênio, foram os novaiorquinos do The Strokes. Toda a mídia especializada fervia em cima deles no ano de 2001, quando o excelente disco “Is This It?” foi lançado. A sujeira, ebriedade, simplicidade, aliados a boas influências e ainda melhor produção fez deles mais uma das dezenas bandas que “salvaram o roquenrol”. Com isso as pequenas bandas que faziam um som parecido começaram a ganhar espaço e atenção da grande mídia. A penúltima (2003) novidade segundo os olhos dessa mídia foi o Artic Monkeys, que eu, particularmente não acho nada de demais, apenas uma tentativa de jogar os Strokes e Nirvana no liquidificador e ver o que sai. A última (2005) grande banda ajudada pela crítica e grande mídia foram os escoceses do The Fratellis, banda de fato muito boa e que vale a pena ser ouvida, mas não é de nenhum deles que vou falar.
Um dos patinhos feios dessa historia toda é a Ok Go. Juntaram-se em 1998 em Chicago e conseguiram lançar seu primeiro – e bem mediano – álbum em 2002, homônimo da banda. Talvez seja por isso que nada grande foi alardeado em torno deles, apesar de terem seus fãs nas redondezas. Em 2005 o disco da foto ali em cima foi lançado. Nessa época, porem outra coisa surgia, que mudaria os rumos da banda e também de toda a mídia de entretenimento: o YouTube. Com uma câmera em cima de algum móvel qualquer e seis esteiras de ginástica, os integrantes da banda fizeram um dos clipes mais geniais da historia: “Here It Goes Again”. E então, com um empurrãozinho da grande rede, eles ficaram conhecidos em quase todos os cantos do planeta.
Oh No, entretanto não vive apenas de idéias absurdas para clipes. Com pegada roqueira, mas admitindo uma nuance pop e uma quase ingenuidade cativante, o disco é um dos ótimos discos que o roque moderno nos trouxe. Obviamente a excentricidade das idéias dos integrantes ajuda na popularização da banda, assim como sua presença de palco bastante enérgica, mas isso não tira os créditos de músicas excelentes, como a já citada “Here It Goes Again” e a primeira do disco, “Invincible”, que é um bom tapa na cara do ouvinte para acordá-lo para o que vem adiante.
Com canções quase pops, como “A Good Idea At The Time”, o disco soa muito agradável desde a primeira execução. O peso está sempre presente, a não ser, é claro, nas baladas “Oh Lately It’s So Quiet”, “Let It Rain” e “Maybe, This Time”. As baladas, inclusive, sempre apresentam algum elemento mais original, que não é um clichê no estilo. O fato de o vocalista ter uma boa voz também é notável, mesmo que não seja um tom que se destaque, como o que acontece com Alex Kapranos do Franz Ferdinand, se encaixa com perfeição nas composições; palmas para o produtor – vou ficar devendo o nome. Os backing vocals também estão sempre lá para apoiar e cumprem muito bem seu trabalho.
Os destaques do disco em si são a energia tirada de tão pouca teoria musical, uma aula para bandas de virtuosi como o todo-poderoso Dream Theater – eu sei que são estilos muito diferentes, mas nem mesmo no metal é necessário ser tão metódico e robótico, tanto que eles são um “metal melódico/progressivo/power/épico/etc. Como já disse, a faixa número um é uma porrada e com certeza um destaque no disco por sua energia. “No Sign Of Life” é, na minha opinião a melhor faixa do disco, com uma guitarra simples, mas colante, assim como a sua curtíssima letra – duas estrofes, pré-refrao e refrão três vezes. O poder do riff de guitarra é tremendo, com suas notas agudas e insistentes; o solo é apenas uma extensão do riff, e só aparece para finalizar a excelente música . Outro destaque vai para os 2:25 minutos de “Crash The Party”, com sua letra que incentiva a simplicidade, renegando os cortejos e as ridículas conversas que precedem o romance ideal que no obrigamos a procurar. Tudo isso num clima de festa que melhora o humor de qualquer um, parece até um musical adolescente.
Apesar de ter citado apenas essas faixas, todo o disco é bom, não tem musicas médias ou ruins e tem outras mais roquenrol boas – “Television, Television” – e baladas também – “Oh Lately It’s So Quiet”. Não ando muito antenado, mas o Ok Go provavelmente é figurinha carimbada nas festas indies, mas fazem bem ao cardápio de qualquer um que goste de roquenrol puro, sincero, direto e empolgante; quase todo mundo. Não deixe também de assistir aos outros clipes insanos deles, “A Million Ways” e "Do What You Want".